sábado, 24 de julho de 2010

MASSACRE DE MY LAY




Para os americanos, a guerra do Vietnã é um pesadelo que recusa-se a desaparecer. Um sonho ruim. Algo que não aconteceu. Um grande erro. O temor de que milhares de americanos tenham morrido em vão abala a homogênea sociedade americana. O melhor exemplo da estupidez dessa guerra, e da sua verdadeira natureza, é o massacre de My Lai.

Em 16 de março de 1968, a companhia Charlie, unidade da 11ª brigada de infantaria, composta de 150 soldados, liderados pelo tenente William Calley, recebeu ordens claras do Capitão Ernest Medina: vasculhar e destruir a aldeia de My Lai. Os soldados da companhia Charlie, com média de idade de 20 anos, já havia sofrido várias baixas, devido a atiradores de elite, minas e armadilhas explosivas, mas não havia ainda entrado em combate. Estavam todos procurando por sua chance de vingança.

Quando os soldados chegaram na aldeia de My Lai, não encontraram nenhum soldado Vietcong. Calley então ordenou: matar todos os civis. As pessoas eram jogadas em valas, e mortas com tiros de metralhadoras. Se alguém sobrevivesse, e tentasse fugir, era morto na hora. Quando Calley viu um bebê chorando perto de uma das valas, ele o pegou, arremessou na vala, e abriu fogo. Alguns dos mortos foram mutilados, outros tiveram as palavras "C Company" marcadas no peito. As pessoas eram desmembradas, gargantas e braços eram cortados... Em quatro horas, 500 civis, entre eles mulheres, crianças e idosos, foram brutalmente assassinados.


2 comentários:

  1. Um piloto de helicóptero, chamado Hugh Thompson, testemunhou o ato, e completamente aterrorizado, pousou e tentou resgatar alguns sobreviventes. Ele se viu forçado a mandar os atiradores do helicóptero dispararem contra os soldados americanos que continuavam a matar os civis. Thompson conseguiu tirar de uma das valas uma criança de três anos, completamente encharcada de sangue, mas ilesa. Larry Colburn, que estava no helicóptero, pediu para que uma velhinha, que estava no chão, ficasse lá, e parecesse morta, pois eles iriam voltar e buscá-la. Quando Larry voltou, encontrou-a morta, com a cabeça estourada, e o cérebro espalhado pelo chão. Hugh Thompson pediu por rádio que mais helicópteros fossem mandados, e descreveu com detalhes o que estava acontecendo. Logo a Companhia C foi ordenada que parasse de matar.

    O massacre foi primeiramente encoberto e negado. O relatório da operação My Lai dizia que tinha ocorrido um incrível combate contra os Vietcongs. O jornal do exército americano, Star and Stripes, publicou uma matéria aplaudindo a coragem dos soldados americanos que arriscaram suas vidas. Mensagens parabenizando a Companhia C foram enviadas.

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  2. Uma investigação inicial do que aconteceu em My Lai dizia que aquela tinha sido uma operação de combate na qual vinte civis haviam sido mortos acidentalmente. Mas muitos soldados, incluindo alguns que não estiveram presentes ao massacre, sabiam o que realmente havia acontecido, e levou um ano para que a verdadeira história chegasse aos olhos do congresso americano, e do presidente. Investigações detalhadas começaram a ser feitas, e detalhes escabrosos do massacre vazaram para a imprensa.

    Willian Calley foi julgado por uma corte marcial em 1970, e condenado à 20 anos de prisão. Em seu cárcere privado, Calley podia receber visitas, cozinhar, e até mesmo ter animais de estimação. Inúmeras cartas de apoio a Calley foram enviadas por americanos, dizendo que ele era na verdade um herói contra o comunismo. Protestos foram feitos em seu favor. Sua pena de 20 anos diminui para 10, e por fim, em 1974, ele foi solto, após ter cumprido uma pena em prisão domiciliar de apenas 3 anos.

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